Resposta ao “editorial” de 24 de novembro da ACPCPSI

No dia 24 de novembro do corrente ano, a diretoria da ACPCPSI, responsável pelo site Raia Leve, fez publicar, com grande alarde, outro “editorial”, desta vez acusando a administração do Jockey Club Brasileiro da realização de uma série de gastos, por ela considerados abusivos, como a poda das árvores das vilas hípicas, os chamados cartões corporativos e despesas de viagens.

De saída, deve ser dito que é um direito da associação em questão criticar a administração do Jockey Club Brasileiro a respeito de qualquer iniciativa que, ao seu juízo, pareça equivocada. Esta certeza, não só faz parte do contraditório de uma instituição do tamanho e da importância do Jockey, como ajuda a que, juntos, tentemos encontrar as soluções que melhor atendam ao normal desenvolvimento do dia a dia da sociedade.

No caso, entretanto, a repetição de “acusações” infundadas e, principalmente, a forma maliciosa de que são revestidas, não colabora para promover o sadio debate de ideias sobre o turfe do Rio de Janeiro, muito menos preserva e protege o ambiente de cordialidade e respeito que deveria ser a tônica do relacionamento entre pessoas e instituições civilizadas.

Como já fez em outras ocasiões, e fará quantas vezes for necessário, a administração do JCB passa a responder aos tópicos da postagem de 24 de novembro, cuja característica parece ter sido apenas a de abrir a temporada de caça às reputações, em função do próximo processo eleitoral de maio de 2016. A seguir.
 

Cartões corporativos

Sob o tópico acima, a postagem pretendeu fazer crer que a administração do Jockey Club Brasileiro havia decidido inaugurar a prática da emissão de cartões corporativos para custear despesas pessoais de seus membros. Nada mais perverso poderia ser imaginado pelos autores do citado “editorial.”

O chamado cartão corporativo foi contratado pelo clube para fazer frente às despesas com os canais de transmissão e o registro das mídias sociais de seu novo site de apostas online, o “Jockey Rio”, simplesmente porque os prestadores desses serviços só aceitam pagamento via cartão. Por outras palavras, recusam cheque, boleto bancário ou débito em conta.

Neste sentido, aliás, todas as faturas de pagamentos via cartão corporativo, estão, como sempre estiveram, à disposição de qualquer sócio que deseje saber mais sobre o assunto. Nessas faturas, está claramente indicada a origem e o destinatário dos mencionados pagamentos, tais como Google, Facebook, registro de domínios, etc.

De igual forma, deve ser dito, ao contrário do que foi divulgado, que esta forma de pagamento permite um melhor controle e fiscalização das despesas cobradas pelo mercado de prestação de serviços online, além de ser normalmente praticada por organizações de porte e perfil econômico menores que o Jockey Club Brasileiro.

A seguir, para não haver dúvidas, segue-se o quadro demonstrativo de todas as atividades do site de apostas pagas com o uso de cartão corporativo, descriminando as despesas, seu histórico, e a frequência da cobrança.


Poda das árvores das vilas hípicas

Há anos, talvez décadas, que as árvores existentes nas vilas hípicas não eram podadas. Como há anos, talvez décadas, o mesmo ocorre com seus pisos e calçadas, ambos também em processo de recuperação neste instante. Pode-se muito bem imaginar o que essas duas realidades trouxeram de desgaste e de degradação para a citada área do clube.

No caso da poda, são nada menos que 426 árvores de todos os tipos e tamanhos na área do hipódromo, várias das quais já tinham suas copas entremeadas com a rede elétrica, inclusive de alta tensão, o que significou, primeiro, ter que separar uma coisa da outra, dentro do mesmo escopo do trabalho contratado. Segundo, havia que respeitar os horários de trânsito dos animais, veículos e pessoas pelo local, quando o trabalho era interrompido, prolongando-se além do que seria normal. Terceiro, era necessário retirar e transportar para fora dos limites do Jockey todo o vasto material resultante dos cortes, gerando o pagamento de fretes, que não são necessariamente cobrados quando o trabalho é feito em áreas menos densas.

E tudo isso, preservando-se as leis de proteção ambiental, que retira de qualquer um a possibilidade de deixar o processo ao arbítrio da natureza, como, aparentemente, parece ser o desejo de alguns.

É certo que o custo poderia ser menor, não fosse o estado de virtual abandono a que as vilas hípicas foram relegadas, repita-se, há anos, talvez décadas. Mas o trabalho está feito e bem feito. Como também prossegue o trabalho de recuperação de todas as calçadas e meios-fios, antes que um novo piso de asfalto seja ali colocado. 

A seguir, para conhecimento de todos, segue o quadro das despesas havidas pelo clube com a poda das árvores de suas vilas hípicas, discriminando datas, valores, locais e quantidades, realizadas pela empresa Aba Podas e Arborização, após cotação no mercado.


Viagens

De pronto, deve ser dito que o dispêndio com passagens aéreas não dizem respeito apenas aos deslocamentos do presidente, mas de um grupo de pessoas vinculado à administração do JCB. E o motivo da ocorrência com despesas de viagem se deve a dois fatores básicos.
O primeiro, como se sabe, é que o Jockey Club Brasileiro é membro do Grupo I da Federação Internacional das Autoridades Hípicas (FIAH), a entidade que congrega mais de 60 países dos cinco continentes, reúne-se uma vez por ano e, através de seus vários comitês técnicos, regula o turfe internacional, decidindo desde o funcionamento dos Stud Books às regras de medicação para correr; credenciamento de laboratórios de controle anti-dopagem; transporte internacional dos animais, passando pelo estabelecimento dos “ratings”, que hoje subordinam a graduação das provas da programação clássica de cada país membro. Inclusive, aquelas do próprio Jockey Club Brasileiro.

O JCB é também membro do Conselho Diretor da OSAF – Organização Sul-Americana de Fomento, a entidade que congrega os Jockeys Clubes do continente, e tem assento e voz em todas as matérias que envolvem seus interesses e os interesses da indústria brasileira do cavalo de corridas.

Durante certo tempo, porém, o JCB, inexplicavelmente, abriu mão de sua representação de Grupo I junto à FIAH (diga-se de passagem, conseguida graças ao prestígio internacional e à habilidade política do então presidente, Dr. Francisco Eduardo de Paula Machado), bem assim, da presença nos conclaves da OSAF.

Como tal, parou de indicar representante junto à Conferência anual da FIAH e as Assembleias da OSAF, como se o turfe do mundo ao redor não mais existisse, ou, pior, como se ele, JCB, não fizesse mais parte dele.

É claro que esta postura gerou consequências, entre as quais o clube não mais ser reconhecido como sociedade promotora de corridas de cavalo, face aos seus congêneres e às duas principais organizações internacionais do setor. Embora tal absenteísmo forçado não tenha servido para eliminar a sujeição do turfe do Rio a todas as decisões que diziam respeito à sua atividade hípica. E o que é péssimo, sem delas ter participado ou opinado.  

O segundo fator, tem a ver diretamente com o processo de negociação do contrato de parceria com o PMU, França, iniciado em 12 de outubro de 2012 e terminado, com a assinatura do respectivo contrato, em 2 de outubro de 2015. É natural que este processo demandasse a ida ao exterior dos gerentes de tecnologia da informação (TI), jurídico, finanças e de turfe do JCB, bem como a vinda ao Brasil das várias equipes técnicas do PMU, sem o que jamais teria sido possível completar a “due diligence” a que o JCB foi submetido durante três anos. Eles pagaram as passagens deles, inegavelmente em números muito mais expressivos que as nossas.

Imaginar que o investimento do JCB em passagens aéreas pudesse ter sido ser feito às expensas pessoais dos seus representantes que participaram das negociações durante todo este tempo, é, no mínimo, injusto; no máximo, inviável.

Mas o fato é que o PMU está aí, associado ao Jockey Club Brasileiro.

A primeira consequência desta realidade concreta, é a economia de custos de cerca de R$ 5 milhões/ano na operação do segmento hípico do JCB. Mais o envio, a partir do primeiro trimestre de 2016, das imagens das corridas do JCB para o exterior (pela primeira vez na história do turfe do país). Mais o recebimento de percentagem de tudo que for jogado no exterior em nossas carreiras. Mais a diminuição do quadro de funcionários do clube dedicado ao setor de apostas (que já começou a acontecer). Mais a projetada expansão de nossa rede de agências credenciadas e pontos de venda, com base nos investimentos de terceiros. Mais a transferência das modernas tecnologias de vendas de apostas hípicas para o quadro gerencial do Jockey, propiciando sua completa profissionalização.

E, acima de tudo, mais a tentativa do Jockey Club Brasileiro de oferecer uma resposta efetiva às dúvidas que, durante quase duas décadas, têm impedido a evolução do movimento geral de apostas (MGA) do Rio de Janeiro, inibindo o desenvolvimento do nosso turfe. 

Ter trocado tudo isso pelo investimento em algumas passagens aéreas, foi uma boa aposta, sob qualquer ótica que se examine a questão.
A administração do Jockey Club Brasileiro, seu presidente; seu vice-presidente executivo; seus gerentes de área, estão, desde já, à disposição de qualquer sócio do clube para debater sobre qualquer iniciativa da administração e qualquer número, de qualquer conta, de qualquer contrato, bem assim, exibir os documentos de suporte.

Não há nada a esconder. Muito menos a temer.
 

Presidência
Jockey Club Brasileiro