Resposta ao site Raia Leve sobre os móveis do Centro

É intenção das denúncias publicadas pela diretoria da ACPCPSI (site Raia Leve) antecipar e definir o nível do debate eleitoral, como evidenciam o peso publicitário do título "Novas ações de natureza presidencialista balançam as estruturas do clube" e as acusações que o grupo tem feito diariamente à Diretoria do JCB.

 

A bem da verdade, antes de chegar ao caso específico, é preciso passar pelas decisões da administração do Jockey com relação ao prédio da sede do Centro e aos móveis, utensílios, obras de arte, livros e outros bens que ali foram encontrados na posse da atual diretoria.

 

O prédio, com 12 andares e 26 mil m2 de área (módulo da sede), em precário estado de manutenção e custo elevado de operação, desproporcional à reduzida utilização pelos sócios, foi fechado para viabilizar obras de recuperação e adequação a uso racional dentro do projeto de Retrofit que seria, como foi, submetido aos sócios.

 

Em relação a tudo o que guarnecia o prédio, a primeira providência da diretoria, depois de deliberar o seu fechamento, foi organizar os bens móveis, depois de verificar que o clube não mantinha um inventário atualizado de seu patrimônio mobiliário. O acervo foi submetido à análise de um renomado profissional, Carlos Eduardo de Castro Leal, contratado para selecionar os que guardassem valor material, histórico ou simbólico, considerados colecionáveis. Estes foram classificados, catalogados e avaliados pelo referido profissional. Clique aqui para acessar o catálogo com fotos, identificação e histórico. Nele estão arrolados mobiliário, pinturas, gravuras, esculturas, medalhas, emblemas, troféus e estruturas arquitetônicas, cerâmicas, tapetes e outros itens.

 

O mesmo se fez com os livros, sob a coordenação de Myriam Gama, bibliotecária de reconhecida competência, indicada pela Academia Brasileira de Letras. Existiam e ainda estão no prédio inúmeros outros móveis e objetos. Alguns, em bom estado de conservação, foram aproveitados em outros ambientes e outros, não. Encontrou-se muita sucata, móveis de compensado inservíveis, restos de esquadrias metálicas, ferros sem utilidade, ferramentas sem condições de uso, lixo, enfim.

 

O que pôde ser aproveitado na composição e decoração de outros ambientes, foi. Muitos móveis estão no novo espaço social do prédio do Centro, na Tribuna Social do Hipódromo, no Betting e alguma coisa na comissão de corridas. Bens úteis sem valor de mercado foram doados para o Corpo de Bombeiros. Tudo também relacionado e registrado.

 

Enfim, chegamos às denúncias, um rol de móveis e utensílios que se tentou vender. Para construí-las, a Diretoria da ACPCPSI, que as assina, andou passo a passo por um caminho que está claro agora, teve o desejo de desenhar a imagem de uma desorganização proposital e má intencionada. Primeiro, a publicação de uma notificação com artimanha verbal, por isso, Notificação Extrajudicial.

 

Assim que dela tomou conhecimento, a Diretoria do JCB ofereceu a resposta. Dizendo-se insatisfeito, o autor da denúncia pediu para conhecer todos os documentos. Imediatamente, foi atendido e, durante horas, examinou e questionou. No final, aparentando surpresa positiva, agradeceu. O que aconteceu depois, anunciou a intenção: dar à denúncia o contorno de seriedade, como se tivesse alcançado, na audiência, os documentos que usa na denúncia.

 

Ela contém uma lista de móveis e utensílios, que no mercado seria difícil encontrar compradores. Está fácil verificar a veracidade da afirmação, porque, diligente, a Diretoria do JCB fotografou todos os objetos antes de colocá-los à venda. Clique aqui para acessar algumas fotos a favor do argumento do pequeno ou nenhum valor.

 

Um comprador compareceu e ofereceu o valor de R$ 53.000,00 por todos os bens, cadeiras velhas, luminárias sem uso, mesas de apoio e etc. Na negociação, foi dado ao comprador o prazo de 30 dias para pagamento, mas contra a entrega de um cheque, que devolvido, suspendeu, imediatamente, a saída dos bens. No curso do episódio, verificou-se algumas falhas no sistema de controle de saída de material. Elas foram saneadas. Não deveriam ter ocorrido, mas a situação é compreensível num ambiente administrativo que tem o peso e a complexidade do JCB, onde, por maiores que sejam os cuidados, alguma coisa pode fugir ao controle.

 

Agora, a venda do Piano Yamaha, outra questão que a má intenção tenta transformar em escândalo. O JCB poderia não vender? De jeito algum, porque o piano vinha se deteriorando e a conservação representava uma despesa a mais sem sentido. Então, foi colocado à venda e vendido, adotados os procedimentos essenciais para garantia do JCB. Toda a documentação está disponível para o exame.

 

Outra situação que vem com a denúncia é falta de autonomia estatutária da Diretoria do JCB para vender e doar os bens e equipamentos que não lhe sirvam mais e não tenham valor como peças de coleção. A diretoria tem competência para vender, como todas tiveram. E imagine-se o que seria não ter, numa organização que compra um sem-número de equipamentos que o uso desgasta, desvaloriza ou torna obsoleto. Só a ignorância do que é o JCB como instituição ou muita má fé podem servir como argumento para afirmar que a diretoria não tem competência administrativa para doar ou vender o que é imprestável e inútil para o clube.

 

Quem examina o JCB, em todas as frentes, não pode ter dúvida de que mudanças importantes positivas ocorreram e têm ocorrido, numa estrutura em que as falhas são pontuais e praticamente insignificantes. Mesmo assim, corrigidas quando identificadas.

 

O roteiro das repetidas denúncias da Diretoria da ACPCPSI mostra com provas e argumentos de contestação à disposição de todos, que há nelas o dolo de tentar manchar a qualidade do trabalho da Diretoria do JCB com o objetivo eleitoral. Nem mais, nem menos que isso.

 

Contudo, para nós, o episódio é útil, para que a diretoria do JCB evidencie, mais uma vez, o procedimento que tem marcado a sua atuação: o cuidado e a defesa dos interesses dos sócios do JCB.

 

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Loretti Palermo

Presidente Jockey Club Brasileiro